segunda-feira, 5 de julho de 2010

Beleza doentia

Você está satisfeita com o seu corpo? Para muitas mulheres, a busca pelos padrões vira uma obsessão capaz de distorcer a própria imagem no espelho.



Em 2009, uma pesquisa da Universidade de São Paulo virou notícia ao concluir que 70% das brasileiras se sentiam insatisfeitas com o seu corpo. A psiquiatra Joana de Vilhena Novaes, de 33 anos, já entrevistou milhares delas. E atende mulheres, jovens e meninas que levaram essa “distorção” da nossa imagem refletida no espelho às últimas consequências, desenvolvendo transtornos alimentares sérios. Joana é coordenadora de um núcleo de estudos das “Doenças da Beleza”. Mas quando sabemos que estamos doentes? “Se a mulher deixa de trabalhar, de namorar, de sair com os amigos porque se sente feia, deve procurar um especialista”, diz.
Foi o que aconteceu com Carina*, 23. Aos 13 anos de idade, ela começou a manifestar sintomas de anorexia. “Eu achava que estava acima do peso”, diz. Carina pesava 44 quilos. E, para não comer, não saía mais de casa, evitava os amigos, o namorado e até a família. “Vivia para ficar magra. Nessa, perdi sete anos da vida”, conta.
Carina* deu a volta por cima aos 20, com a ajuda do ex-namorado e de uma psicóloga. Mas continua atenta. “É como se fosse uma doença crônica, que reaparece em determinadas circunstâncias. Preciso me policiar com alimentação correta e ficar atenta aos sintomas de depressão ou ansiedade. É uma luta diária”, diz.
Marina*, 27, também sofreu com a obsessão pela beleza. “Comecei a apresentar sintomas de bulimia aos 14. Com 1,72 metros de altura e 47 quilos, ainda me sentia gorda”, diz. Marina passava dias sem comer, fazendo 4 horas de ginástica aeróbica por dia. Na semana seguinte, comia o que via pela frente e vomitava logo em seguida.
Assim como Carina*, Marina* também luta contra a doença até hoje, mas encontrou o equilíbrio. “Faço terapia há quatro anos e, hoje, minha relação com a comida e com o meu peso mudou completamente. Me sinto feliz com o meu corpo e nunca mais tive culpa por comer. Se tenho vontade, me permito!”, diz.
Garota da capa
Neste post, os nomes fictícios preservam a identidade de entrevistadas que, hoje, são mulheres bonitas de verdade. Mas nem só anônimos sofrem da obsessão pela beleza. É possível que você já tenha ouvido falar da cantora americana Karen Carpenter, que faleceu aos 32 por complicações decorrentes da anorexia. Ou da socialite norte-americana Jocelyn Wildenstein, que se transformou em aberração depois de gastar 4 milhões de dólares em cirurgias plásticas. Há pouco tempo, a modelo paulista Ana Carolina Reston foi capa de revista: faleceu de anorexia, aos 21, com apenas 40 quilos. Da próxima vez em que se sentir frustrada por não ter as curvas que vê nas revistas e nas passarelas... pense nelas.

Fonte: Cuide da Pele

Nenhum comentário:

Postar um comentário